Em meio a muito chá gelado e cheesecake de amoras
conversei com uma das escritoras do Livro Infantil “O Incrível Mundo dos Ninuys”, um livro sensacional que recentemente participou Feira do Livro Infantojuvenil da Bologna e
no ano passado da Feira do Livro de
Frankfurt.
Num bate-papo bem gostoso, digo bom mesmo, daqueles que a gente não sente o
tempo passar, Zu Escobar me contou um
pouco sobre os seus projetos, mais especificamente sobre a concepção do livro
ao lado do marido Antonio Navarro.
T – Como surgiu a ideia do livro?
Z- Primeiro vieram os personagens e suas histórias, depois veio a história
propriamente dita. Adoro dar apelidos e inventar nomes, só o Navarro então têm
diversos, e um deles, que fala mais do seu lado infantil e macio é o Niri.
Muitos dos personagens criados tinham em comum essa maciez e daí surgiram os
Nínuys.
Uma vez conversando com um amigo que também trabalha com cinema, sobre os
diversos apelidos e os diversos personagens criados, surgiu a ideia de fazer um
livro e misturar todos aqueles seres imaginários.
A princípio parecia loucura, mas da forma em que fomos costurando, nos demos
conta de que cada personagem se conhecia e que era indispensável para aquela
história.
T – Como é o Mundo dos Ninuys?
Z- O
Mundos dos Nínuys é um mundo paralelo ao nosso, habitado por seres que se
dividem em duas funções: fabricar a matéria-prima responsável pela maciez dos
nossos bebês e comer Espinhus, que
são gerados pelos adultos através de sentimentos como ódio, inveja e
incompreensão (entre outros), mantendo dessa maneira, certo equilíbrio no nosso
planeta. Mas o problema é que os adultos estão produzindo cada vez mais Espinhus, e os Nínuys não estão dando
conta de tanta comida. Com a situação cada vez mais crítica, três crianças são
escolhidas para ajudá-los a conseguirem uma informação que será capaz de
resolver o problema. Ao aceitarem a missão, Débora, Nicolinos e Doroteia
embarcam em uma aventura que rompe os limites do que é fantasia, sonho e realidade
e se envolvem em situações extraordinárias.
T- Podemos dizer que a cada dia a nossa sociedade esta cada
vez mais cheia de Espinhus. O que nos traria a maciez?
Z- Por causa do stress, da correria do
dia-a-dia, poluição, má alimentação, estamos gerando cada vez mais Espinhus. E
também quando machucamos alguém, seja verbalmente ou fisicamente, deixamos um Espinhus
nessa pessoa. Esse Espinhu pode ser retirado com um pedido de desculpas, com
uma conversa. Se não nos damos conta que deixamos esse Espinhu, ele vai continuar
ali, machucando por um longo tempo.
Acredito que o que nos traz a maciez é o amor, o saber conviver, respeitar o
espaço de cada um. Saber que não estamos sozinhos no mundo, mas que fazemos
parte dele, como uma grande comunidade.
Um bom dia, um boa tarde, um muito obrigada, um sorriso, estes pequenos
detalhes já deixam os nossos dias mais macios. Acredito na energia das coisas,
se existe entrega, doação, não tem como cultivar Espinhus.
T – No livro, três crianças são chamadas para tentar
resolver o problema no Mundo dos Ninuys. Você acha que as crianças são a
solução para o problema?
Z- Acredito que sim, elas são a nossa esperança. Mas, para isto os pais
precisam ajudar seus filhos a construírem valores essenciais para um bom
convívio, a saberem fazer o bom uso das palavras. Podemos falar a mesma coisa
sem machucar. Pensar antes de falar já é um bom começo. E não podemos esquecer
dos adultos. Eles são a princípio os que tem consciência para fazer a mudança
do que está errado. Acredito que é uma união de fatores e todos tem como ponto
inicial o amor.
T – O livro é escrito por ti e pelo Navarro. Como
é este processo criativo a 4 mãos?
Z- É mais ou menos assim... Um dos dois cria os personagens com suas
características e histórias. O que podemos chamar de os ingredientes da
massa... Depois o outro abre essa massa. E a partir daí, vamos trabalhando em
conjunto, trocando ideias e discutindo as situações criadas e para onde elas
vão ir.
T- Algum novo projeto?
Z- Na verdade temos muitos, praticamente todos infantis, alguns sendo produzidos, outros já em captação e outros ainda no plano da imaginação. Os Nínuys terão uma continuação, que já começamos a escrever. A previsão de lançamento deste livro é a princípio para 2016. Temos um espetáculo teatral chamado As Tias Feias, em captação de recursos, que tem como enredo base situações que onde as crianças lidam com seus medos, inseguranças e o valor da amizade. Já O Esquadrão Fura-Bolo é mais um livro que está sendo escrito e que conta a história de crianças que possuem características diferentes e tratam essa características como super-poderes.
T- Noto que em todos os projetos de vocês existe sempre muito sentimento envolvido. É uma preocupação?
Z- Não é uma preocupação, mas a maioria das criações inconscientemente tem valores positivos agregados. Plantando essas “sementinhas”, acreditamos colaborar para que o mundo tenha mais amor, respeito e solidariedade.
Z- Na verdade temos muitos, praticamente todos infantis, alguns sendo produzidos, outros já em captação e outros ainda no plano da imaginação. Os Nínuys terão uma continuação, que já começamos a escrever. A previsão de lançamento deste livro é a princípio para 2016. Temos um espetáculo teatral chamado As Tias Feias, em captação de recursos, que tem como enredo base situações que onde as crianças lidam com seus medos, inseguranças e o valor da amizade. Já O Esquadrão Fura-Bolo é mais um livro que está sendo escrito e que conta a história de crianças que possuem características diferentes e tratam essa características como super-poderes.
T- Noto que em todos os projetos de vocês existe sempre muito sentimento envolvido. É uma preocupação?
Z- Não é uma preocupação, mas a maioria das criações inconscientemente tem valores positivos agregados. Plantando essas “sementinhas”, acreditamos colaborar para que o mundo tenha mais amor, respeito e solidariedade.
O Incrível Mundo dos Nínuys, dos autores Antonio Navarro e Zu
Escolar, lançando em 2013, foi traduzido para o inglês e já participou da Feira
do Livro de Frankfurt (outubro/2013) e Feira do Livro Infantil de Bologna
(março/2014). Voltado para crianças de 8 a 11 anos, o livro aborda de forma
alegórica os sentimentos humanos e a relevância do afeto nas relações. A
narrativa pretende despertar nas crianças o desejo de estabelecerem uma
convivência baseada no amor, no respeito, na solidariedade, além de uma
consciência ecológica e social.